Eu complemento com "inclusive crianças bilíngues".
Apesar de termos algumas hipóteses, não temos certeza do porque a Yuna andou antes do William ou do porque ele manipula melhor alguns brinquedos. Talvez seja porque ela teve uma atenção mais individualizada, em um momento que eu passava mais tempo em casa junto com ela e minha esposa, enquanto ele teve que se acostumar a brincar sozinho mais cedo.
Mas não importa o motivo. O que eu sei é que cada um tem o seu ritmo de desenvolvimento e isso é absolutamente normal. Sei também que existem faixas de normalidade, e que apenas em casos muito fora da curva alguma atenção especial deve ser dada à questão. (Em relação à pronúncia, já tratei do tema nesse post).
A Yuna, com dois anos, já era uma matraquinha. Lembro que contávamos as palavras delas e acompanhávamos sites infantis para ver como ela estava. Ríamos de prazer ao vermos que ela tinha um vocabulário de mais de 200 palavras quando os sites citavam como esperado até 50. Obviamente, ver que seu filho está acima da média em algo é positivo, mas sabemos que a média é uma informação muito pobre para significar muita coisa.
Recentemente, o William completou dois anos. Vemos que seu vocabulário era muito limitado em comparação com o da irmã. Dessa vez, ele mal chegava na média em alguns casos. Mas nós olhamos para ele e vemos ele se desenvolver maravilhosamente bem, em um ritmo acelerado, porém, no ritmo dele. Enquanto a irmã sempre pareceu mais velha do que era, ele aparenta a idade que tem (apesar de ser bem alto para a idade). Ele tem um jeito gostoso de 'bebezão' que derrete qualquer coração. Ele fala poucas palavas, mas pronuncia sons que a irmã demorou mais para pronunciar.
Uma das hipóteses é a de que nós estávamos ansiosos. Nós queríamos que nossa primeira filha andasse pela primeira vez. Nós queríamos que ela falasse suas primeiras palavras logo. Nós queríamos fotografar seu primeiro dente.
Com o segundo filho, nós não sentíamos aquela pressa de colocá-lo para andar. Obviamente, nós o incentivamos continuamente, mas sabendo que ele vai andar normalmente quando adulto, independentemente de ter andado com 9 meses ou com 18 meses. Sabemos que ele vai falar bem (e ser bilíngue), mesmo falando 'sasassaurs' ao invés de 'dinosaurs' com dois anos.
Hoje, nossa situação está assim:
A Yuna está com 4 anos, estudando em escola brasileira (em português). Ela fala muito bem. Consegue se explicar nas duas línguas, embora ainda cometa alguns deslizes.
Para ela, 'alguém' e 'ninguém' são sinônimos. Então ela usa o 'neguém' para tudo.
Para ela, 'amanhã' e 'ontem' são sinônimos. Então ela usa o 'amanhã' ou o 'tomorrow' para ambos.
Ela traduz algumas coisas de uma forma linda, como 'to dream' não é sonhar para ela, e sim 'sonecar'.
Por outro lado, ela me surpreende com palavras elaboradas que aprendeu em filmes e jogos, como "ginormous".
O William, por sua vez, fala menos. Ele consegue mostrar o que quer, seja falando seja apontando. Ele fala coisas que só uma criança de dois anos consegue falar. Enquanto a irmã chamava cólo de "kawawá", ele chama de "kawáwa". Ele sempre pede pra dormir com a 'turtle' e com o 'nana dear' (panda bear). E ele tem certeza que o plural de 'car' é 'carses'. (e quem sou eu para corrigir meu pequeno gollum rsrs)
Em casa, minha esposa flexibilizou o OPOL. Enquanto a Yuna está na escola, ela usa o inglês com o William. De tarde, usa o inglês com a Yuna e o português com o William, enquanto eu sempre mantenho o inglês com ambos.
Mas com esses horários modernos, acabo chegando em casa tarde, e fico menos do que 4 horas com eles por dia.
Em família, posso perceber uma tendência em migrar para o ML@H (onde a família, entre si, usa o idioma minoritário). Começamos a usar o inglês para nos comunicar entre nós, nas mais variadas situações. Não foi nada combinado ou planejado, mas está acontecendo. Talvez seja uma forma de 'ensinar pelo exemplo', quem sabe rs.
PS.: De quando terminei o post, até terminar de revisá-lo, o William entrou naquela fase de aprendizado relâmpago. Ele aprende algumas palavras novas por dia e as usa conosco. Sua pronuncia ainda é a de um bebê, então 'milk' é 'kilk' ou 'kuk' dependendo da frase. Vemos também que ele possui um vocabulário muito maior em inglês. Cerca de 80% das palavras dele são em inglês.
Sei que isso é um processo normal, a Yuna também passou por isso. A preferência por uma língua é normal e não significa que a criança não usará a outra. Nós optamos por deixá-los livres para usar qualquer idioma, pois não queremos que eles pensem que são obrigados a usar o idioma X. Isso poderia criar certa resistência ao idioma.
Yuna escolheu o inglês para brincar com o irmão, possivelmente isso ajuda na preferência dele pelo inglês, mas é só uma teoria.
Mas não importa o motivo. O que eu sei é que cada um tem o seu ritmo de desenvolvimento e isso é absolutamente normal. Sei também que existem faixas de normalidade, e que apenas em casos muito fora da curva alguma atenção especial deve ser dada à questão. (Em relação à pronúncia, já tratei do tema nesse post).
A Yuna, com dois anos, já era uma matraquinha. Lembro que contávamos as palavras delas e acompanhávamos sites infantis para ver como ela estava. Ríamos de prazer ao vermos que ela tinha um vocabulário de mais de 200 palavras quando os sites citavam como esperado até 50. Obviamente, ver que seu filho está acima da média em algo é positivo, mas sabemos que a média é uma informação muito pobre para significar muita coisa.
Recentemente, o William completou dois anos. Vemos que seu vocabulário era muito limitado em comparação com o da irmã. Dessa vez, ele mal chegava na média em alguns casos. Mas nós olhamos para ele e vemos ele se desenvolver maravilhosamente bem, em um ritmo acelerado, porém, no ritmo dele. Enquanto a irmã sempre pareceu mais velha do que era, ele aparenta a idade que tem (apesar de ser bem alto para a idade). Ele tem um jeito gostoso de 'bebezão' que derrete qualquer coração. Ele fala poucas palavas, mas pronuncia sons que a irmã demorou mais para pronunciar.
Uma das hipóteses é a de que nós estávamos ansiosos. Nós queríamos que nossa primeira filha andasse pela primeira vez. Nós queríamos que ela falasse suas primeiras palavras logo. Nós queríamos fotografar seu primeiro dente.
Com o segundo filho, nós não sentíamos aquela pressa de colocá-lo para andar. Obviamente, nós o incentivamos continuamente, mas sabendo que ele vai andar normalmente quando adulto, independentemente de ter andado com 9 meses ou com 18 meses. Sabemos que ele vai falar bem (e ser bilíngue), mesmo falando 'sasassaurs' ao invés de 'dinosaurs' com dois anos.
Hoje, nossa situação está assim:
A Yuna está com 4 anos, estudando em escola brasileira (em português). Ela fala muito bem. Consegue se explicar nas duas línguas, embora ainda cometa alguns deslizes.
Para ela, 'alguém' e 'ninguém' são sinônimos. Então ela usa o 'neguém' para tudo.
Para ela, 'amanhã' e 'ontem' são sinônimos. Então ela usa o 'amanhã' ou o 'tomorrow' para ambos.
Ela traduz algumas coisas de uma forma linda, como 'to dream' não é sonhar para ela, e sim 'sonecar'.
Por outro lado, ela me surpreende com palavras elaboradas que aprendeu em filmes e jogos, como "ginormous".
O William, por sua vez, fala menos. Ele consegue mostrar o que quer, seja falando seja apontando. Ele fala coisas que só uma criança de dois anos consegue falar. Enquanto a irmã chamava cólo de "kawawá", ele chama de "kawáwa". Ele sempre pede pra dormir com a 'turtle' e com o 'nana dear' (panda bear). E ele tem certeza que o plural de 'car' é 'carses'. (e quem sou eu para corrigir meu pequeno gollum rsrs)
Em casa, minha esposa flexibilizou o OPOL. Enquanto a Yuna está na escola, ela usa o inglês com o William. De tarde, usa o inglês com a Yuna e o português com o William, enquanto eu sempre mantenho o inglês com ambos.
Mas com esses horários modernos, acabo chegando em casa tarde, e fico menos do que 4 horas com eles por dia.
Em família, posso perceber uma tendência em migrar para o ML@H (onde a família, entre si, usa o idioma minoritário). Começamos a usar o inglês para nos comunicar entre nós, nas mais variadas situações. Não foi nada combinado ou planejado, mas está acontecendo. Talvez seja uma forma de 'ensinar pelo exemplo', quem sabe rs.
Sinto que estou passando alguns de meus gostos para eles rs. |
PS.: De quando terminei o post, até terminar de revisá-lo, o William entrou naquela fase de aprendizado relâmpago. Ele aprende algumas palavras novas por dia e as usa conosco. Sua pronuncia ainda é a de um bebê, então 'milk' é 'kilk' ou 'kuk' dependendo da frase. Vemos também que ele possui um vocabulário muito maior em inglês. Cerca de 80% das palavras dele são em inglês.
Sei que isso é um processo normal, a Yuna também passou por isso. A preferência por uma língua é normal e não significa que a criança não usará a outra. Nós optamos por deixá-los livres para usar qualquer idioma, pois não queremos que eles pensem que são obrigados a usar o idioma X. Isso poderia criar certa resistência ao idioma.
Yuna escolheu o inglês para brincar com o irmão, possivelmente isso ajuda na preferência dele pelo inglês, mas é só uma teoria.